sexta-feira, maio 29, 2009

Pizzarelli






Flanelinha na chuva pós show
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Eis uma verdade
Eu só sei tirar fotos a noite com flash. Essa história de usar o ISO é muita informação, porque a foto pode ficar com uma aparência granulada, como sempre fica comigo, isso se antes não ficarem tremidas, escuras demais, um horror! Apenas duas fotos - de uma série longa de clicks - 'se salvaram'. Ok. Tem uma foto de um flanelinha, nada a ver com o show, é verdade. Mas eu explico: logo que o espetáculo terminou caiu uma chuva forte, mas muito forte. As pessoas foram saindo de fininho, sem pressa e eu fiquei lá olhando aquela vista maravilhosa do Arpoador, no meu minuto de silêncio pessoal, e esse flanelinha maluco ficou durante um bom tempo correndo de um lado para o outro, sem ter motoristas para 'auxiliar'. A disposição dele, naquela hora da noite, me chamou a atenção. Acho que ele só parou neste instante, no instante da foto. Foi uma coincidência, não combinamos nada...
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Faltam shows de Jazz no Rio. Eu vejo nos jornais e afins vááárias festa de tantos estilos musicais, mas Jazz não, infelizmente. Parabéns, Pizza!
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segunda-feira, maio 25, 2009

Do fundo do baú


Rogério Skylab - Puta

Propaganda bacana



Lindo, lindo!
A gente até esquece que o papo central é o tempero (Knorr)...
Por que é tão difícil ter comerciais como esse?


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domingo, maio 24, 2009

10 Things to be conscious of:

1 Don't assume anything
2 Don't take things personally
3 You are beautiful
4 Be impeccable with your dreams
5 Don't believe the hype
6 Good music
7 If you got something bad to say about someone, dont
8 Leave your past behind
9 Anything is possible
10 Perfection's full of imperfection


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sábado, maio 23, 2009

The Clap

sexta-feira, maio 22, 2009

Lá ♫♪ ♫♪♫



"Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez, sem preparação. Como se o ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio já é a própria vida? É isso que faz com que a vida pareça sempre um esboço. No entanto, mesmo "esboço" não é a palavra certa porque um esboço é sempre um projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é esboço de nada, é um esboço sem quadro."

"Para Tereza, o livro era sinal de reconhecimento de uma fraternidade secreta. Contra o mundo de grosseria que a cercava, não tinha efetivamente senão uma arma: os livros que pedia emprestados na biblioteca municipal; sobretudo os romances: lia-os em quantidade, de Fielding a Thomas Mann. Eles não só lhe ofereciam a possibilidade de uma elevação imaginária, arrancando-a de uma vida que não lhe trazia nenhuma satisfação, mas tinham também um significado como objetos: gostava de passear na rua com um livro debaixo do braço. Eram para ela aquilo que uma elegante bengala era para um dândi do século passado. Eles a distinguiam dos outros..."

(Milan Kundera in "A insustentável leveza do ser")

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Ainda com as palavras do Mestre Duque na cabeça: "o ensino no Brasil é seletivo-econômico".

Da tentação

Rei de Paus
Mantendo-se no passo firme
O Rei de Paus surge no Tarot como arcano conselheiro para este momento de sua vida, Adriana, sugerindo a necessidade de manter o máximo de firmeza de caráter diante de situações e circunstâncias adversas. Você sofrerá testes éticos e morais e o mundo observará sua reação diante de tudo isso. Ainda que você transmita uma impressão de autoritarismo e de radicalismo, mantenha-se firme e obterá o êxito almejado. Neste momento, você só poderá contar com sua própria força e vencerá onde outros fracassaram. No final das contas, você descobrirá o quanto pode ser forte em momentos de desafio e ficará feliz ao se perceber com poder sobre sua própria existência. Cuidado apenas com a tentação de exercer poder sobre os outros, pois este não é um verdadeiro poder.

Conselho: Mantenha contato com sua autoridade interior. Confie em si!

Fonte: EGO Astral

segunda-feira, maio 18, 2009

Surprise!


Hoje acordei com uma supresa no meu e-mail...
(Caneca de café noir, descabelada e ainda com remelas nos olhos).

Hã?!
Ué, mas como assim? Eu não me cadastrei em nada e de repente essa novidade: sou indicada (?) Muito estranho. Deve ser vírus, pensei. E fui checar as informações. Nossa, fiquei passada ao saber que este prêmio realmente existe! Bom, bom, bom! Agradeço a indicação do Top Blog ao meu coala e amigos...Obrigada!


*

Corações não são para voar


Matilde, corações não são para voar, Marina Chevrand Campos, 2008

Duas coisas podem acontecer


"Na Vida de Um Homem Duas Coisas Podem Acontecer" (2000), de Flávio Andrade Meirelles.


Durante sua vida, o homem sempre tem duas opções. Uma delas tem continuação, a outra é um beco sem saída, aonde acaba o jogo.



Na vida de um estagiário, inspirado na obra original de Flavio Meireles "Na vida de um homem". Trilha sonora original "The Entertainer" de Scott Jopplin.

*

Aceitar a felicidade

10 de Copas
O 10 de Copas emerge como arcano de aconselhamento para você neste momento, Adriana, lembrando-lhe que aceitar a felicidade é o primeiro passo para obtê-la. A maioria de nós não é feliz simplesmente porque acha que não merece sê-lo. Abra-se às circunstâncias prazerosas, conheça gente, abra seu coração e você perceberá que a felicidade afetiva não é algo que só existe em filmes. Este é um momento para você se dedicar exclusivamente às coisas que lhe dão prazer. Faça uma lista das coisas que você gosta e procure cultivá-las, convidando a pessoa querida para estar com você nestes momentos. Quanto mais feliz você estiver neste momento, mais esta felicidade se multiplicará. Deixe para resolver as chateações e preocupações em outros momentos.

Conselho: Viva o prazer!


Fonte: EGO astral

domingo, maio 17, 2009

Merchan


Não gosto de refrigerantes, fato. Mas se tiver que beber algum líquido gaseificado, escolho a água tônica. A minha marca preferida? Schweppes, always.

Oinc oinc

A TV tcheca Nova (transmitida via internet) demitiu um de seus repórteres porque ele postou no YouTube um video em que pergunta aos colegas de redação 'qual o tema da reportagem em que você está trabalhando?' E todo mundo responde fazendo 'oinc oinc', imitando porcos. A piadinha é uma alusão à gripe suína. A TV Nova é conhecida por fazer reportagens sobre assuntos como discos voadores, pênis amputados, etc.



Fonte: Blog Patrícia Kogut

Sagittarius

Sometimes, we conveniently forget what it pains us to remember. We persuade ourselves to accept what we would really rather reject. Sometimes, people save us the effort of becoming self-deluded by putting on the pressure for us. They push, pull, wheedle, whine, lecture or plead to the point where we end up believing whatever they want us to. If we are really determined enough, we can withstand all of this. But what if the lie is something we desperately wish were true? Just watch out for that possibility this week. If you want to know more, then listen to your week ahead spoken forecast by joining the free trial of my 5 Star service. You'll have to fill in a couple of forms but you can cancel easily at any time and you won't be charged anything. And you can still continue to hear your forecasts for 14 days. It's worth the effort! Have a listen to a sample.



Fonte: News.com.au

sábado, maio 16, 2009

Contra o Tempo


Rita Ribeiro em Contra o Tempo

Outro dia vi um filme - sim, porque agora é o que mais faço nessa vida, depois, é claro, de estudar - chamado Then She Found Me, dirigido e protagonizado pela Helen Hunt. A película é fraca, mas tem a temática super interessante. O filme conta a história de uma quarentona que se casa com seu melhor amigo - um cara com a 'síndrome de Peter Pan' - com quem deseja ter o seu primeiro filho. O barraco se arma quando ela é abandonada pelo marido dias depois do casamento. Em menos de um mês de separação ela perde a mãe e, de tabela, descobre que foi adotada. A mãe verdadeira é uma famosa celebridade da TV que está disposta a estreitar os laços de intimidade com a protagonista. Pois bem, temas como amor, falta de maturidade, filhos adotivos, também são abordados no relacionamento dela com os carinhas. Essa é a brecha para uma das maiores sacadas do filme. Helen Hunt depois de abandonada e triste, tenta aos poucos retornar a sua rotina, até que encontra um outro cara (que já tem duas filhas pequenas de um relacionamento anterior) com quem se identifica. Durante a maior parte do tempo rola o triângulo amoroso. Ui, ui! O cara com as filhas pequenas é aquele tipo de homem que se joga em tudo que faz e que só vê as consequências depois. O ex-marido-amigo-e-Peter-Pan é aquele que pensa demais e por isso não faz. Representa o tipo de homem que tem medo de dar qualquer passo e perder de vista os próprios pés, mas diz que a ama. E isso a confude. Já separados, Helen leva o seu peguete para uma festa em que a sua 'nova mãe', a celebridade da TV, é a homenageada. Ela bebe, ele também. Os dois conversam amenidades, quando ela confessa que nunca mais havia bebido daquela forma desde os tempos da escola. Ele ri e a incentiva a continuar a beber. Relaxa, diz. Eis que o telefone toca. Ela pede desculpas e atende, cortando o clima. Meio estranha ou seria constrangida ao atender, ela repete várias vezes o 'oi!'. Do outro lado da linha, o ex-marido-amigo-e-Peter-Pan. Ela pede licença e se retira para conversar com privacidade com ele - sem mencionar quem era a pessoa da ligação. O peguete aguarda. Ela caminha para o quintal da casa onde estava sem deixar de falar ao telefone em nenhum minuto sequer. O ex diz que sente muito a falta dela e que ama. Ela gela. Ela pede para que ele repita a última frase - aquela em que ele diz: eu te amo. Ele repete. Ela pede para que ele repita de novo. Ele repete. Ela fecha os olhos, respira fundo como se desejasse (dizer, fazer) alguma coisa e pergunta: me diga, e o que vc sente é o suficiente?

Ela só encontra o silêncio do outro lado da linha.

*

sexta-feira, maio 15, 2009

Amenidades

Anna Karina in Vivre sa vie


Úrsula: saudades mocinha...

Adriana: pois é, nossas vidas andam tão corridas...

Úrsula: muito mesmo. eu preciso de 48h diárias!

Adriana: vamos ficar ricas assim!
ou sozinhas.


(pausa)


Úrsula: hehehehe! ou os dois.

Adriana: não se pode ter tudo, Úrsula...

Ursula: I know, I know girl.

*
"Siempre que te pregunto
Que cuándo, como y dónde
Tú siempre me respondes
Quizás, quizás, quizás."

quinta-feira, maio 14, 2009

Paciência

No Rio de janeiro, quem usa o transporte coletivo (lê-se ônibus, busum, carroça, etc.), sabe: o motorista só acelera quando o sinal fecha. Incrível!
:-0


Deveria haver um estudo sobre essa capacidade tão singular...

Possíveis respostas atravessadas:
- Hã?!
- Não, obrigada.
- Pra vc tb, q-u-e-r-i-d-a-!

#

Talvez, talvez, talvez

Santiago - o filme que não acabou

A eterna relação entre patrão e empregado
Uma voz feminina, amiga do cineasta João Moreira Salles, conduz boa parte da entrevista de Santiago, o mordomo da família Moreira Salles. A mulher, de voz ativa - que às vezes beira a hostilidade - corta o entrevistado em vários momentos e pede para que ele repita cenas e gestos espontâneos. Desta forma, ela - a entrevistadora - estampa a superficialidade em todas as tentativas seguintes. Ele não era um ator. Santiago sinalizou o tempo todo ganchos de pensamentos que julgava importantes, mas não recebeu resposta. Naquele momento, a sua essência estava incompreensível às pessoas que tentavam captar um pouco da sua estória. Ao longo do documentário pude notar, também, uma postura arredia, distante e subserviente do 'personagem' Santiago, talvez por estar sujeito à mesma postura com a qual conviveu a vida inteira, que foi a de ser comandado, direcionado todo o tempo. Mais abaixo transcrevo as palavras do próprio João que compreendeu que as informações que ele conseguiu juntar naquele determinado período não poderiam ser manipuladas e que, na verdade, era impossível para ele recriar um personagem de infância. Aliás, a essência de qualquer documentário é a esperança da falta de tendencionalidade, enfim. O cineasta considera este filme, Santiago, o único da sua carreira que ele não conseguiu terminar.

- Nas entrevistas, não queria ouvir o que Santiago tinha a me dizer. Queria que ele dissesse o que eu queria ouvir, que ele se parecesse com o Santiago da minha infância, com o meu Santiago. Daí as ordens, os planos repetidos. Essa relação de patrão e empregado é também uma alegoria do que acontece em todo filme, entre o documentarista e o seu objeto. É preciso ter consciência disso, mesmo quando se filma o presidente, a palavra final sempre será de quem está com a câmera na mão.


A comunicação em outros signos
Amei a cena da dança em A Roda da Fortuna (filme preferido de Santiago), em que Fred Astaire e Cyd Charisse - dois bailarinos com formações diferentes - são convidados a estrear na mesma peça e não se dão bem logo de cara. Em uma festa, mesmo sem jeito, Astaire convida Charisse para um passeio no jardim. O curioso é que durante o percurso, os dois não se falam e também não se olham. No meio desse passeio, uma coisa espontânea e linda acontece: a conversa entre eles se faz por meio de uma dança. São outros signos, mas que os personagens dominam completamente. Lindo! Esse documentário carrega uma sutileza no que pretende dizer que sinceramente não acho que seja um filme para as grandes salas. Talvez apenas para festivais ou coisa assim...

"Friends applaud, the comedy is over."

Ludwig van Beethoven

domingo, maio 10, 2009

COM O TEMPO A SABEDORIA

Embora muitas sejam as folhas, a raiz é só uma;
Ao longo dos enganadores dias da mocidade,
Oscilaram ao sol minhas folhas, minhas flores;
Agora posso murchar no coração da verdade.

(W.B. Yeat)

Fragile

Interiores

Não costumo postar coisas sobre decoração de interiores aqui, apesar de pessoalmente gostar e muito do assunto. Essa luminária me chamou a atenção e faz parte de uma série de flores em porcelana que o designer David Wiseman fez. Delicado e diferente.

Adriana's fortune is

"Hearts are not to be had as a gift, hearts are to be earned."
W.B. Yeats

Atiraste uma Pedra - Doces Bárbaros


Cerâmica
Os cacos da vida, colados, formam uma estranha xícara.
Sem uso,
Ela nos espia do aparador.
(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, maio 09, 2009

Assis Valente



FEZ BOBAGEM
Composição: Assis Valente

Meu moreno fez bobagem
Maltratou meu pobre coração
Aproveitou a minha ausência
E botou mulher sambando no meu barracão
Quando eu penso que outra mulher
Requebrou pra meu moreno ver
Nem dá jeito de cantar
Dá vontade de chorar
E de morrer
Deixou que ela passeasse na favela com meu peignoir
Minha sandália de veludo deu à ela para sapatear
E eu bem longe me acabando
Trabalhando pra viver
Por causa dele dancei rumba e fox-trote
Para inglês ver

quinta-feira, maio 07, 2009

Do outro lado do mundo


L'autre Bout Du Monde
On dit qu'il y fait toujours beau
C'est là que migrent les oiseaux
On dit ça
De l'autre bout du monde

J'avance seule dans le brouillard
C'est décidé ça y est, je pars
Je m'en vais
À l'autre bout du monde

L'autre bout du monde {x2}

J'arrive sur les berges d'une rivière
Une voix m'appelle puis se perd
C'est ta voix
À l'autre bout du monde

Ta voix qui me dit mon trésor
Tout ce temps, je n'étais pas mort
Je vivais
À l'autre bout du monde

L'autre bout du monde {x2}

Sur la rivière il pleut de l'or
Entre mes bras je serre ton corps
Tu es là
À l'autre bout du monde

Je te rejoins quand je m'endors
Mais je veux te revoir encore
Où est il
L'autre bout du monde ?

L'autre bout du monde {x3}

* A tua voz narra o meu tesouro/ todo esse tempo eu não estava morta/ apenas vivia do outro lado do mundo. (em tradução livre)

O bastante


The Truman Show

quarta-feira, maio 06, 2009

Beija a mão que não puderes decepar

É sempre a melhor estratégia...
;-)

"Tito: Pouco importa, rapaz. Se eles me ouvissem, não veriam minha pessoa; mas embora a vissem, de mim não se apiedaram. Mas preciso pedir-lhes, muito embora sem proveito. Por isso digo às pedras meus pesares. Se às minhas dores responder não podem, num ponto são melhores que os tribunos, por não interromperem meu relato. Quando choro, recebem minhas lágrimas, humildes, a meus pés, só parecendo que de mim se condoem. Se em solene vestuário se envolvessem, não teria Roma tribunos de tão grande preço. A pedra é mole como cera; duros como pedra são todos os tribunos. Calada é a pedra e não nos incomoda; os tribunos, com sua fala, à morte condenam qualquer um."

(William Shakespeare in Titus Andronicus)

domingo, maio 03, 2009

Bravo!


Alessandra Ferri dança Carmem.

Discours amoureux

"Implica um gozo imediato: é um fantasma de discurso, uma abertura de desejo. Sob a forma de pensamento-frase, o germe do fragmento nos vem em qualquer lugar: no café, no trem, falando com um amigo (surge naturalmente daquilo que lê diz ou daquilo que digo); a gente tira então o caderninho de apontamentos, não para anotar um “pensamento”, mas algo como o cunho, o que se chamaria outrora um “verso”. [...] o fragmento (o hai-kai, a máxima, o pensamento, o pedaço de diário) é finalmente um gênero retórico, e como a retórica é aquela camada da linguagem que melhor se oferece à interpretação, acreditando dispersar-me, não faço mais do que voltar comportadamente ao leito do imaginário."

"A linguagem é uma pele: esfrego minha linguagem contra o outro. É como se eu tivesse ao invés de dedos, ou dedos na ponta das palavras. Minha linguagem treme de desejo. A emoção de um duplo contacto: de um lado, toda uma atividade do discurso vem, discretamente, indiretamente, colocar em evidência um significado único que ‘é eu te desejo’, e liberá-lo, alimentá-lo, ramificá-lo, fazê-lo explodir (a linguagem tem prazer de se tocar a si própria); por outro lado, envolvo o outro nas minhas palavras, acaricio-o, toco-lhe, mantenho este contato, esgoto-me ao fazer o comentário ao qual submeto a relação."

...

1. "Quando se falava com ele, discursando para ele sobre qualquer que fosse o assunto, X parecia frequentemente olhar e escutar ao longe, espiando alguma coisa nas redondezas: parava-se desencorajado; no fim de um longo silêncio, X dizia: 'Continua, eu estou escutando'; então se retomava meio sem jeito o fio de uma história na qual já não se acreditava mais."

(O espaço afetivo, como uma péssima sala de concerto, comporta recantos mortos, onde o som não circula. - O interlocutor perfeito, o amigo, não será aquele que constrói ao redor de você a maior ressonância possível? A amizade não poderia ser definida como um espaço de uma sonoridade total?)

2. Essa escuta fugidia, que só posso capturar depois de algum tempo, me envolve num pensamento sórdido: empenhado com ardor em seduzir, em distrair, eu acreditava exibir, ao falar, tesouros de engenhosidade, mas esses tesouros são apreciados com indiferença; gasto minhas qualidades à toa; toda uma excitação de afetos, de doutrinas, de saber, de delicadeza, todo o esplendor do meu eu vem se enfraquecer, se amortecer num espaço inerte, como se - pensamento culpado - minha qualidade excedesse a do objeto amado, como se eu estivesse mais adiantado do que ele. Ora, a relação afetiva é uma máquina exata; a coincidência, a justiça, no sentido musical, são fundamentais; o que não está no mesmo nível é imediatamente demais: minha fala não é propriamente um detrito mas um "não vendido"; aquilo que não se consome no momento (no movimento) e é destruído.

(Da escuta distante nasce uma angústia de decisão: devo continuar, pregar "no deserto"? Seria preciso uma segurança que a sensibilidade amorosa precisamente não permite. Devo parar, desistir? Seria parecer me vexar, colocar o outro em questão, e daí começar uma "cena". Mais uma vez a armadilha.)

3. "A morte é sobretudo isso: tudo que foi visto, terá sido visto para nada. É o luto daquilo que percebemos." Nesses breves momentos em que falo à toa, é como se eu morresse. Porque o ser amado se torna um personagem de chumbo, uma figura de sonho que não fala, e o mutismo, em sonho, é a morte. Ou ainda: a Mãe gratificante me mostra o Espelho, a Imagem, e me fala: "É você". Mas a Mãe muda não me diz o que sou: não tenho mais base, flutuo dolorosamente, sem existência.

(BARTHES, Roland. Fragments d’um discours amoureux. Paris. Seuil, 1977).

sábado, maio 02, 2009

"Ela acordou cedo, tomou seu café preto com pão e sentou no sofá, onde permanceu esperando por ele. Entre conversas virtuais daqui e conversas virtuais acolá, ela resolveu que tinha que estar apresentável quando o momento de vê-lo chegasse. Correu para o banheiro, lavou o rosto com sabão, esfregou bastante, o quanto pôde, e enxugou. Passou base e pó - e batom clarinho para dar um charme. Voltou para o sofá, e se sentou no mesmo canto onde costumava se acomodar todas as manhãs, todas as tardes e todas as noites. Entre uma música e outra, começou a cantar junto, a se alegrar por ela, pelo dia, pelo tempo que fazia lá fora: um sol arrasador, vibrava. Até que o telefone tocou. Era ele - se podia saber pelo brilho dos grandes olhos dela. Era ele do outro lado da linha, cansado. Com a voz embargada, o rapaz balbulciou alguma coisa que ela não pôde entender com precisão, só ouviu a pausa da respiração dele e em seguida, a seguinte frase: 'eu vou dormir, mulher'. Sem nenhuma outra resposta depois."

(Adriana Schimit in Contos Para Ninguém)

Toc, toc...

"Chegou a reconhecê-la no tumulto através das lágrimas da dor que jamais se repetiria de morrer sem ela, e a olhou pela última vez para todo o sempre com os mais luminosos, mais tristes e mais agradecidos olhos que ela jamais vira no rosto dele em meio século de vida em comum, e ainda conseguiu dizer-lhe com o último alento:
- Só Deus sabe o quanto amei você."

"Rogou a Deus que lhe concedesse ao menos um instante para que ele não partisse sem saber quanto o amara por cima das dúvidas de ambos e sentiu a premência irresistível de começar a vida com ele outra vez desde o começo para que se dissessem tudo que tinham ficado sem dizer, e fizessem bem qualquer coisa que tivessem feito mal no passado."

(Gabriel Garcia Marquez in O amor nos tempos do cólera).

Paradis

sexta-feira, maio 01, 2009

Habanera from Carmen

I do


Reel Around The Fountain

It’s time the tale were told
Of how you took a child
And you made him old

It’s time the tale were told
Of how you took a child
And you made him old
You made him old

Reel around the fountain
Slap me on the patio
I’ll take it now
Oh ...

Fifteen minutes with you
Well, I wouldn’t say no
People said that you were virtually dead
And they were so wrong

Fifteen minutes with you
Oh, I wouldn’t say no
People said that you were easily led
And they were half-right
They ... oh, they were half-right, oh

It’s time the tale were told
Of how you took a child
And you made him old

It’s time that the tale were told
Of how you took a child
And you made him old
You made him old

Reel around the fountain
Slap me on the patio
I’ll take it now
Oh ...

Fifteen minutes with you
Well, I wouldn’t say no
Oh, people see no worth in you
Oh, but I do.
Fifteen minutes with you
Oh, I wouldn’t say no
Oh, people see no worth in you
I do
I ... oh, I do

I dreamt about you last night
And I fell out of bed twice
You can pin and mount me like a butterfly
But "take me to the haven of your bed"
Was something that you never said
Two lumps, please
You’re the bee’s knees
But so am i

Meet me at the fountain
Shove me on the patio
I’ll take it slowly
Oh ...

Fifteen minutes with you
Oh, I wouldn’t say no
Oh, people see no worth in you
Oh, but I do.
Fifteen minutes with you
Oh, I wouldn’t say no
Oh, people see no worth in you
I do
I ... I do