segunda-feira, dezembro 28, 2009

Like a bird ever

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Pedras, estrelas, sorrisos

"Saí, saiu. Não dissemos nada. Eu só tenho esperas. Ele traz a tranquilidade de mais nada esperar. (...) Você vê? As pedras parecem luas também. Ou estrelas, ele diz. Chão de estrelas. Vamos pisar nos astros distraídos? Ele ri. Nesse segundo cheio de risos alguma coisa se adensa. Nossos pés pisam em pedras. Mas por cima de sapatos, sinto que são frias e duras, e sei que seu significado está em nós, não nelas."
(Caio Fernando Abreu)

sábado, dezembro 19, 2009

Desconhecidos

"Perguntou se eu queria ouvir música. Não, eu disse sem pensar. Então ele calou como se tivesse ficado ofendido por eu recusar alguma coisa sua. Desconhecidos: como isso é, a um só tempo, terrivelmente bom e terrivelmente assustador."
(Caio Fernando Abreu)




Era isso. Ou mais ou menos isso. Ursula estava cansada de não ter ninguém. Mas quem poderia saber da urgência dela? A urgência é sempre de quem carrega ou precisa da ajuda e nunca do outro. Calou-se. Era o silêncio que tanto procurava. Precisava ficar com ela mesma, mas não queria. Era muita vontade para uma pessoa só: vontade de ser ela, de ter ele pra ela - ele tinha uma esposa. Ursula nunca pensou em estar do seu lado da história. Também nunca pensou em ter uma história como essa para contar. Mas e daí? Era isso mesmo. Essa era a verdade - dessas que a gente não sabe o que fazer quando descobre. Dessas que a gente finge até que ela não existe - existindo. Mas fingir a 'não existência' seria a solução por um tempo. Tempo esse que ela não saberia dizer se seria ou não o suficiente para se organizar - por dentro. Ursula queria o cara. E queria muito. Sonhava com isso, era uma ideia fixa. Bom sexo, bom papo, bom tudo. Era ele o cara! Mas o cara era casado. Bem, ela não o conheceu assim. Antes, ele era apenas um professor de um cursinho preparatório, solteiro e gentil. Até que depois de um envolvimento de quase oito meses, a verdade veio à tona: e a palavra noivo foi dita pela primeira vez. Naquele momento, as ideias de Ursula deram um nó. E a memória dela foi buscar como num filme bom de Hollywood uma copilação dos 'melhores momentos' do casal: lembrou de ter passado as principais datas do ano ao lado dele - e até o aniversário dela, pasmem! Ela só queria estar em um lugar seguro. O sujeito chegou a ser apresentado à família de Ursula e Ursula à mãe dele (o rapaz ainda morava com a mãe na ocasião). Agora casado e aparentemente feliz, ele parece escrever uma nova história em que Ursula ainda fazer parte: ela sobrevive de encontros furtivos entre o moçoilo e sua (amada) esposa - que talvez saiba de Ursula o suficiente para deixa-la por perto, enquanto for conviniente para o casal. Esta confusa história celebra o seu dia a dia com novos capítulos, misturando nobreza, carinho, humanidade, mesquinhez nesta terra sem dono, sem trono, sem julgamentos.

Vale quanto pesa (?).


Oi?

Anteontem ouvi no rádio uma chamada da Revista Veja sobre 'a infidelidade dos jovens de hoje com as empresas', e me assustei com o título da matéria. As empresas, pelo menos aqui no Brasil, prestam um serviço porco e se escondem na impunidade de uma Justiça que se faz de cega para sobreviver. Passei 6 dias sem internet por conta de uma falha no sistema da Velox - operadora - sendo que o primeiro dia sem internet era o meu aniversário! Liguei para o setor de reparo e me deram 24h para a normalização do serviço. No total foram mais de 40 protocolos e em todas as ligações a mesma ladainha "em 24h, senhora". No segundo dia sem internet, explodi com a atendente: porra, essas 24h terminam em que dia? Já tem 48h desde a primeira ligação. Ela: estaremos resolvendo, senhora. Eu: qual o nome do seu supervisor, preciso falar com ele. Ela: ele deve estar em uma reunião. Eu: ok, vc poderia chamá-lo, por favor? Ela: ok. Me deixou esperando alguns minutos e voltou dizendo: ele está em reunião, senhora, como eu havia dito. Eu: mas qual o nome do seu supervisor? Ela: (enrolou e não disse nada com nada). Eu: gata, qual o nome dele, do seu supervisor? Ela: eu não sou obrigada a informar o nome do meu supervisor, senhora. Eu tanto insisti que ela balbuciou o nome Ricardo. Apenas Ricardo. Sabia, esse só pode ser filho de chocadeira! Sem sobrenome...Belíssimo atendimento da Velox, parabéns! Oi?

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Das histórias infantis

Apertava a mão do príncipe sem cavalo branco, sem castelo, sem espada, sem nada. (@caiofabreu)


Kate & Deep 


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