quarta-feira, junho 23, 2010

Qual o sentido da família?

Às vezes me pego pensando no sentido exato da palavra "família". Vejo o mundo se movimentar para viver a experiência do amor com uma sede sem igual: tudo gira em torno desse sentimento, tudo vibra, mas são poucos os que compreendem que é preciso inventar novos padrões. Aquele que não teve amor na infância sabe muito bem o que significa a palavra "falta". Arriscaria dizer, inclusive, que essa pessoa traz consigo uma compreensão infinda do outro, muitas vezes mascarada de aspereza e solidão. Vejo pais repetirem a conduta que os seus pais tiveram. Mas é de noite, no escuro, que eles lamentam a distância que impuseram aos seus filhos. Por que esses pais não modificam a dor, já que sabem que é preciso ter o amor? Talvez porque antes seja preciso compreender ele (o amor). A primeira experiência do homem em grupo é o que ele chama de família. Seria louvável se os pais de hoje compreendessem esse importante fato e se propusessem a ser melhores pais: pais mais amorosos com seus filhos, pais presentes. O diálogo existiria não porque estamos falando de família (pai-mãe-filhos), mas porque estaríamos tratando de um grupo. Isto é, ter a palavra, mas também saber ceder ao outro o momento de se expressar. É estender a mão, e não somente ela, mas os braços e abraçar. É ficar junto, se acostumar com o calor do outro e o limite do que se entende pela palavra 'outro'. Não seria a escola a primeira a ter o discurso do diálogo. Na escola teríamos o aprimoramento do ser humano, estendendo esse entendimento de grupo a um grupo maior. Ninguém está sozinho. E essa é a compreensão de família que falta aos grandes grupos, aqueles que chamamos de sociedade. Em outras palavras, a sociedade seria apenas o ambiente da família amplificado.

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