segunda-feira, junho 28, 2010

E quero que você venha comigo ♫♪ ♫♪♫

Um carinha aparece correndo ofegante pela cidade do Rio. Muda a cena: centro da Cidade, quarta-feira. É meio dia: prédios, praças, ruas vazias, viaduto deserto. Ele olha pro céu com ar de desespero. O personagem traz um semblante enigmático, mas é possível arriscar dúvidas, raiva e um pouco de melancolia no seu olhar. Nesse momento uma voz em off narra a paralisação emotiva do personagem: "Ele não sabe mais o que fazer, está só. É um momento único, por que é justamente nesse momento que ele encontra-se em pensamento com tudo aquilo que quis manter distância durante anos. Enquanto isso, o asfalto quente come a sola do All Star velho dele, que nem mais cor tem - de tão velho. Em pouco tempo ele não vai mais poder correr, muito menos andar. Pobre diabo! Ele está tão só, mas tão só que nem ele mesmo saberia dizer quem é." Muda o plano, surgem pessoas na cidade. Loucura? A imagem da câmera reproduz a visão do personagem, e o que ele vê é turvo. Sol, muito sol. As coisas e pessoas brilham demais. Tudo é demais. Não existe definição. Ele se ajoelha cansado. Parece não ser capaz de continuar a busca. Mesmo assim, ele esfrega os olhos, seca o suor do rosto e tenta fixar a imagem. Mas o que vê ainda é turvo. Agitado, ele corre sem rumo entre os carros e na correria esbarra em pessoas, coisas. Estabanado! Sacolas voam, gente desconhecida xinga aquela correria. Ele tem pressa, muita pressa. Do ponto alto de um muro ele avista a menina. Sim, parece-se com ela. "Ela quem?" Não importa, ele tem pressa. E não é possível explicar os detalhes agora. Continua a correr. E como corre o condenado! Mantém o passo firme. Ele sabe que não pode desviar o olhar. Nos filmes, quando o mocinho desvia seu olhar é fatal. É, ele sabe. E continua. Continua e continua...

sábado, junho 26, 2010



Boas lembranças.
;-)

quarta-feira, junho 23, 2010

Qual o sentido da família?

Às vezes me pego pensando no sentido exato da palavra "família". Vejo o mundo se movimentar para viver a experiência do amor com uma sede sem igual: tudo gira em torno desse sentimento, tudo vibra, mas são poucos os que compreendem que é preciso inventar novos padrões. Aquele que não teve amor na infância sabe muito bem o que significa a palavra "falta". Arriscaria dizer, inclusive, que essa pessoa traz consigo uma compreensão infinda do outro, muitas vezes mascarada de aspereza e solidão. Vejo pais repetirem a conduta que os seus pais tiveram. Mas é de noite, no escuro, que eles lamentam a distância que impuseram aos seus filhos. Por que esses pais não modificam a dor, já que sabem que é preciso ter o amor? Talvez porque antes seja preciso compreender ele (o amor). A primeira experiência do homem em grupo é o que ele chama de família. Seria louvável se os pais de hoje compreendessem esse importante fato e se propusessem a ser melhores pais: pais mais amorosos com seus filhos, pais presentes. O diálogo existiria não porque estamos falando de família (pai-mãe-filhos), mas porque estaríamos tratando de um grupo. Isto é, ter a palavra, mas também saber ceder ao outro o momento de se expressar. É estender a mão, e não somente ela, mas os braços e abraçar. É ficar junto, se acostumar com o calor do outro e o limite do que se entende pela palavra 'outro'. Não seria a escola a primeira a ter o discurso do diálogo. Na escola teríamos o aprimoramento do ser humano, estendendo esse entendimento de grupo a um grupo maior. Ninguém está sozinho. E essa é a compreensão de família que falta aos grandes grupos, aqueles que chamamos de sociedade. Em outras palavras, a sociedade seria apenas o ambiente da família amplificado.

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terça-feira, junho 22, 2010

Em outras praias

Agora também por lá http://bit.ly/9ranxl

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segunda-feira, junho 14, 2010

A Vida Como Ela É

Hoje passei a tarde assistindo as pérolas de Nelson Rodrigues. Foi-se o tempo em que a Globo investia seu rico dinheirinho em séries de tirar o fôlego...



Salve, Nelson Rodrigues!
Grande mestre.

quinta-feira, junho 10, 2010

Palavra de quem?

Às vezes é papo de mulherzinha mesmo. Outras vezes, pode apenas ser conversinha de gente grande querendo se impor. A palavra vinda de quem for é importante, pelo simples fato da expressão maior (a fala) acontecer. Mas tem gente que não liga. Que ignora, deixa pra lá, como se fosse possível o diálogo com uma pessoa. Sim a parede reverbaliza, mas não é disso que estou falando - nem de longe. Para isso existe o monólogo, onde a pessoa fala com ela mesma, evoluindo pensamento profundos (e outros nem tanto assim) a partir de premissas, loucuras, vazios. É claro que a educação influi. Isso sempre. Pouco percebemos essa emblemática escrota de quem não quer papo e trabalha com 'atendimento ao público'. Oi? Filha (o), vai fazer uma outra coisa, por favor. Mas tem problema não. Educação, pra quem tem, é coisas que sempre transborda, entende? É um exercício de tolerância, eu diria. Um árduo exercício, mas que no fim das contas compensa, porque é um saco pensar que a postura adotada num determinado momento poderia ter sido melhor. Faça o melhor agora. É isso.

quarta-feira, junho 09, 2010



You stepped into my life from a bad dream, 
making the life that I had seem suddenly shiny and new.

Indefinidamente

Nascer/ Outra e outra vez/ Indefinidamente/ Como planta sempre nascendo/ Da primeira semente// Pensar o dia bom/ Até criar a claridade/ E nela descobrir/ A primeira sílaba/ Da primeira canção//  
(Carlos Drummond de Andrade in Nascer)

Me sentindo bem, sol maravilhoso lá fora. Fazia um tempão que eu não via meu amiguinho sol. Cor do verão? Sei não, talvez. Muita coisa pra fazer ainda. Desfazer as malas é uma delas. Mas gosto assim, de dias como esse - apesar dos pesares. Mas hora e outra é preciso tentar fixar os pensamentos em nuvens brancas, ser positiva.

Bom dia pra vcs!