domingo, novembro 25, 2012

Raiva

Não resolve. Agrava.
Não resgata. Complica.
Não ilumina. Escurece.
Não reúne. Separa.
Não ajuda. Prejudica.
Não equilibra. Desajusta.
Não conforta. Envenena.
Não favorece. Dificulta.
Não abençoa. Maldiz.
Não edifica. Destrói.
(André Luiz)

Meu mais novo mantra contra as limitações deste mundo. Incluindo as minhas.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Just Like Honey - Lost in Translation Scene

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Quem é ela?

Distraída. Sim, ela estava. Pela primeira vez não pensou em brigas, fatos passados, reticências. Estava apenas destraída e foi traída pela própria sorte. Sorte essa que a acompanhava naquela noite longa depois de um dia maravilhoso e farto. Mas lembrou apenas que fatalidades existem, batem à porta a qualquer hora e é isso. Qual a explicação para a explicação? Muleta da perna, diriam alguns. Ainda é tempo de festa, há sempre alguma coisa viva e vibrante a ser comemorada. Comemoremos!

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Entre ciclanas e beltranas

- E aí?
- E aí? Tudo bem? E as fotos da viagem?
- Ai, preguiça! Mas posto amanhã sem falta.
- Preguiça? Desde quando índio tem preguiça?
- (risos)
- Civilizei, deu nisso! Agora descobri a preguiça.
- Como tá tu?
- Eu tô bem. Tô aqui de patroa no Humaitá, vivendo no ar condicionado, jantando em restaurantes finos todo dia, saindo quando dá na telha e cagando como todo mundo. E vc?
- Tranquilinha. Tô aqui buscando emprego, na paz, esperando tudo se acertar em breve e também estou malhando. Me machuquei outro dia com o excesso de malhaçao.
- Já eu preciso malhar. E é sério.
- Ah, é mesmo?
- (gargalhadas)
- (outros risinhos frouxos)
- Vc a dona da genética de ouro?
- Mas só de pensar em malhar, me cansa. Bem, uma hora a coisa desanda, né? E desanda feio, sem volta.
- No inicio é meio chato, mas depois se acostuma...não creio que vc viveria sem, mas vai gostar de achar alguma atividade que combine com vc e nao quero esperar sentada por esse momento.
- É, o chato é que eu nunca encontrei uma atividade que combinasse (de fato) comigo.
- Dança? Balé combina muito alongamento, coordenação e suavidade...não precisa subir na ponta, meia ponta jah eh um desafio!
-"Ciclana is offline".
- Vou andar na praia, mas acho tao chato andar

- "Ciclana is online".
- A gente poderia emagrecer mais dormindo, imagina?
- Não desfoca!

- Desfocar, eu? I'm just a dreamer, my friend.

domingo, outubro 31, 2010

Stage Fright - the first Skary cartoon ever

quarta-feira, julho 28, 2010

Dos clássicos



Você fez a coisa certa. Esse é um grande dia pra você. Foi uma decisão difícil, eu sei. Mas nós, os intelectuais – porque eu te considero um -, temos o dever de permanecer racionais até o mais amargo fim. O mundo já está lotado de coisas supérfluas – não há sentido em adicionar mais uma na multidão.

Afinal, perder dinheiro faz parte do trabalho de um produtor… parabéns, não havia alternativa. Ele teve o que mereceu por embarcar tão levianamente em tão frívola aventura. Não tenha receio ou arrependimento. É melhor destruir do que criar, quando se falha em criar aquilo que é mais essencial.
Além disso, há realmente algo que seja tão claro e justo a ponto de ter o direito de existir? Um filme ruim é simplesmente um problema financeiro para ele. Mas para você poderia ter sido o fim. É melhor deixar as coisas irem embora e jogar sal sobre elas como os antigos faziam para purificar os campos de batalha… afinal, tudo o que precisamos é um pouco de higiene, limpeza, desinfetante… porque estamos sufocados por palavras, imagens e sons que não têm razão de ser… que vêm de lugar nenhum e vão para lugar nenhum. Um artista que seja realmente digno do nome deveria ter de realizar um único ato de lealdade: restringir-se ao silêncio. Lembra-se da eulogia de Mallarmé à página branca…?…

- Nós estamos prontos para começar!… Todas as minhas felicitações!

- … se não se pode ter tudo, nada é a verdadeira perfeição. Perdoe-me essas citações, mas nós críticos fazemos o que podemos. Nossa verdadeira missão é limpar os inúmeros abortos que obscenamente tentam invadir o mundo. E você gostaria de deixar atrás de si nada menos que um filme inteiro, como um homem coxo deixaria impressas suas pegadas deformadas? Que presunção monstruosa crer que os outros se beneficiariam de alguma forma do esquálido catálogo dos seus erros. Por que você deveria se importar em costurar os retalhos da sua vida, as vagas memórias e os rostos das pessoas que você nunca foi capaz de amar?

- “O que é esse clarão de alegria que está me dando nova vida? Por favor me perdoem, doces criaturas. Eu não me dei conta, eu não sabia… Como é certo aceitá-los, amá-los. E como é simples! Luisa, eu sinto como se tivessem me libertado. Tudo parece lindo, tudo tem um sentido, tudo é verdade. Ah, como eu queria poder explicar…! Mas eu não posso… e tudo está voltando ao que era. Tudo está confuso novamente… mas essa confusão sou eu. Como eu sou, não como eu gostaria de ser. E, agora, não tenho medo de contar a verdade, o que eu não sei, o que eu procuro. Só assim posso me sentir vivo e olhar nos seus olhos fiéis sem sentir vergonha. É uma festa, a vida. Vivamo-la juntos. Não posso dizer mais nada, para você ou para outros. Aceite-me como eu sou, se puder. É só assim que nos podemos tentar encontrar um ao outro”.

- Não sei se você está certo. Mas posso tentar, se você me ajudar.

segunda-feira, junho 28, 2010

E quero que você venha comigo ♫♪ ♫♪♫

Um carinha aparece correndo ofegante pela cidade do Rio. Muda a cena: centro da Cidade, quarta-feira. É meio dia: prédios, praças, ruas vazias, viaduto deserto. Ele olha pro céu com ar de desespero. O personagem traz um semblante enigmático, mas é possível arriscar dúvidas, raiva e um pouco de melancolia no seu olhar. Nesse momento uma voz em off narra a paralisação emotiva do personagem: "Ele não sabe mais o que fazer, está só. É um momento único, por que é justamente nesse momento que ele encontra-se em pensamento com tudo aquilo que quis manter distância durante anos. Enquanto isso, o asfalto quente come a sola do All Star velho dele, que nem mais cor tem - de tão velho. Em pouco tempo ele não vai mais poder correr, muito menos andar. Pobre diabo! Ele está tão só, mas tão só que nem ele mesmo saberia dizer quem é." Muda o plano, surgem pessoas na cidade. Loucura? A imagem da câmera reproduz a visão do personagem, e o que ele vê é turvo. Sol, muito sol. As coisas e pessoas brilham demais. Tudo é demais. Não existe definição. Ele se ajoelha cansado. Parece não ser capaz de continuar a busca. Mesmo assim, ele esfrega os olhos, seca o suor do rosto e tenta fixar a imagem. Mas o que vê ainda é turvo. Agitado, ele corre sem rumo entre os carros e na correria esbarra em pessoas, coisas. Estabanado! Sacolas voam, gente desconhecida xinga aquela correria. Ele tem pressa, muita pressa. Do ponto alto de um muro ele avista a menina. Sim, parece-se com ela. "Ela quem?" Não importa, ele tem pressa. E não é possível explicar os detalhes agora. Continua a correr. E como corre o condenado! Mantém o passo firme. Ele sabe que não pode desviar o olhar. Nos filmes, quando o mocinho desvia seu olhar é fatal. É, ele sabe. E continua. Continua e continua...

sábado, junho 26, 2010



Boas lembranças.
;-)

quarta-feira, junho 23, 2010

Qual o sentido da família?

Às vezes me pego pensando no sentido exato da palavra "família". Vejo o mundo se movimentar para viver a experiência do amor com uma sede sem igual: tudo gira em torno desse sentimento, tudo vibra, mas são poucos os que compreendem que é preciso inventar novos padrões. Aquele que não teve amor na infância sabe muito bem o que significa a palavra "falta". Arriscaria dizer, inclusive, que essa pessoa traz consigo uma compreensão infinda do outro, muitas vezes mascarada de aspereza e solidão. Vejo pais repetirem a conduta que os seus pais tiveram. Mas é de noite, no escuro, que eles lamentam a distância que impuseram aos seus filhos. Por que esses pais não modificam a dor, já que sabem que é preciso ter o amor? Talvez porque antes seja preciso compreender ele (o amor). A primeira experiência do homem em grupo é o que ele chama de família. Seria louvável se os pais de hoje compreendessem esse importante fato e se propusessem a ser melhores pais: pais mais amorosos com seus filhos, pais presentes. O diálogo existiria não porque estamos falando de família (pai-mãe-filhos), mas porque estaríamos tratando de um grupo. Isto é, ter a palavra, mas também saber ceder ao outro o momento de se expressar. É estender a mão, e não somente ela, mas os braços e abraçar. É ficar junto, se acostumar com o calor do outro e o limite do que se entende pela palavra 'outro'. Não seria a escola a primeira a ter o discurso do diálogo. Na escola teríamos o aprimoramento do ser humano, estendendo esse entendimento de grupo a um grupo maior. Ninguém está sozinho. E essa é a compreensão de família que falta aos grandes grupos, aqueles que chamamos de sociedade. Em outras palavras, a sociedade seria apenas o ambiente da família amplificado.

http://bit.ly/8YcfIZ - Schimit Facts

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terça-feira, junho 22, 2010

Em outras praias

Agora também por lá http://bit.ly/9ranxl

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