domingo, abril 19, 2009

Escribas de aluguel

Por Victor Barone

O fato é que, mantida ou não a exigência do diploma específico para o exercício do jornalismo no Brasil, os graves problemas éticos, econômicos e profissionais que permeiam o ofício se manterão inalterados. A manutenção ou queda desta exigência não mudará o fato de que nos encontramos em um momento no qual até mesmo a existência da profissão está em jogo diante das novas tecnologias e – em conseqüência – das novas formas do fazer jornalístico que aproximam o cidadão comum das ferramentas necessárias para tal.

A exigência ou não do canudo nada modificará na relação promíscua que mantemos com os donos do poder, na nossa subserviência que transforma jornalistas em "assessores de imprensa" dos barões da mídia. Não é o diploma que garantirá uma ética de base sólida, que formará cidadãos conscientes de seu papel social, que apontará os caminhos de um jornalismo transformador ao invés de um jornalismo circense no qual o sensacionalismo, o entretenimento e a superficialidade tomaram o espaço da informação relevante.

Para mudar tudo isso e transformar o jornalismo em algo mais que um amontoado de apresentadores perfumados e escribas de aluguel será preciso que enxerguemos nesta bela profissão uma ferramenta de avanço social, de combate à corrupção, de transformação. E isso exige uma formação muito mais complexa do que oferecem as centenas de cursos de Jornalismo que se espalham hoje pelo país.

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A opinião deste blog
Sobre o fato de ser obrigatório o diploma, não acho falacioso que se amplie a questão para outras profissões. Falamos de competência na execução de uma atividade profissional. Falácia é considerar impossível ter conhecimentos para exercer qualquer profissão no século XXI sem formação acadêmica. Não faltam exemplos em todos as áreas de que isso é possível, inclusive na área médica. A questão é, pode-se hoje confiar na honestidade e no preparo de todos os candidatos autodidatas?

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