quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Quando fico triste, fico muda. Quando fico nervosa, desato a falar. Quando estou alegre, pareço que pulo mesmo não tirando os pés do chão. Quando me desespero, arrumo a casa. Quando sinto saudades, tenho vontade de chorar. Quando me abraçam, geralmente não gosto. Quando beijo é porque na verdade estou com vontade de cheirar. Quando tenho tesão, sempre me acho linda. Quando gritam comigo, entro em pânico. Quando falo sacanagem, fico séria. Quando gargalho, não tenho vontade de parar. Quando me sinto desamparada, passo os braços em volta do corpo. Quando sinto prazer, grito. Quando levo um susto, fico com raiva. Quando estou só, finjo que não. Quando trabalho, preciso me distrair. Quando nado, penso na vida. Quando tenho medo, ajo como se estivesse tudo sob controle. Quando durmo com quem amo, tenho o sono mais leve. Quando estou feliz, as coisas bonitas estão em maior número, mesmo que seja uma só.


Quando escrevo, transbordo. Quando leio, mergulho. Quando caminho frequentemente torço o pé. Quando estou cansada, fico uma chata de galocha. Quando sento, procuro um lugar para pôr as pernas para cima. Quando estou com sono, fico apática. Quando estou com fome, fico furiosa. Quando estou bêbada, minhas articulações parecem de algodão. Quando me surpreendem muito, ruborizo. Quando amo, não amo pouco. Quando me sinto só, sou a pior de mim. Quando vejo cenas de parto, tenho medo de não poder viver aquilo. Quando tem turbulência, durmo melhor. Quanto tu sorris, faz domingo.

(Patrícia Antoniete)

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